Patogenia bacteriana: Mecanismo pelo qual a bactéria causa uma lesão; Bactéria patogênica: capaz de causar doença Bactérias tem fatores de virulência.

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Patogenia bacteriana: Mecanismo pelo qual a bactéria causa uma lesão; Bactéria patogênica: capaz de causar doença Bactérias tem fatores de virulência variável: umas são mais virulentas e outras são menos virulentas; Fator de virulência: Qualquer molécula e ou estrutura da bactéria que pode contribuir com o sucesso de uma infecção; Vários são os fatores de virulência: Adesinas: qualquer estrutura ou molécula bacteriana que está relacionada com sua adesão nos tecidos do hospedeiro (pêlos, glicocálix etc)

Mecanismos de invasão bacteriana: primeiro ocorre a adesão, depois em seguida a endocitose e algumas bactérias escapam do vacúolo( fagossomo) e com isso depois replicam e causam o processo patológico; Algumas bactérias não escapam do fagossomo, porém impedem a fusão deste com o lisossomo, ou ainda em alguns casos ocorre a fusão com o lisossomo porém não ocorre a digestão; Produção de toxinas: 2 grupos: endotoxinas e exotoxinas Exotoxinas: produzidas pelos microorganismos e exportadas. Ex: Clostridium tetani, Corynebacterium diphiteriae

Endotoxinas estão no próprio microorganismo. Ex.: LPS, LOS; Bactéria Gram- positivas: não produzem endotoxinas, porém possuem outras moléculas que podem causar choque tóxico, tais como: hialuronidase, lipases etc. Presença de proteases de IgA; Fatores anti-fagocíticos: cápsulas, produção de moléculas polipeptídicas que interferem na quimiotaxia. Heterogeneidade antigênica. Bactérias produtoras de Siderófon: roubam ferro; Regulação: os fatores de virulência só são utilizados de acordo a necessidade.

BACTÉRIAS PATOGÊNICAS E DOENÇAS BACTERIANAS 1. Staphylococcus Grande relevância na medicina; Resistência à drogas; 33 espécies: 17 associadas à seres humanos, destas 3 são frequentemente relacionados a patologia humana: S. aureus, S. epidermidis e S. saprophyticus; Microorganismo cosmopolita; Comensais na pele; Mucosas do trato respiratório e urogenital; Transitórios no sistema digestivo; Estáveis no meio ambiente; Existe afinidade seletiva por espécies particulares de animais. Morfologia: cocos Gram-positivos, imóveis, não esporulam, algumas cepas são capsuladas;

DIVIDEM-SE EM DOIS GRUPOS PRINCIPAIS: Coagulase-positivos (OU CATALASE +) (CPS) S. aureus – todas as espécies; S. intermedius – cães e gatos e S. hyicus -suínos; Coagulase-negativos (CNS) S. epidermidis e outros; Os CPS são mais patogênicos do que os os CNS.

FATORES DE VIRULÊNCIA DE S. aureus FATORES DE VIRULÊNCIAEFEITOS PATOGÊNICOS PORÇÃO FAGOCÍTICA OU FAGOCITÁRIA

Habitat: normalmente vivem na mucosa nasal dos seres humanos, em muitos indivíduos não causam nenhum dano, pode ser encontrado em roupas, poeira, pele humana, poeira hospitalar etc. Importância médica: foliculite, furunculose, terçol, acne, feridas cirúrgicas e não cirúrgicas, meningite, septicemia (bacteremia), pneumonia, artrite, osteomielite, endocardite etc... Diagnóstico: clínico-laboratorial Tratamento: antibioticoterapia( antibiograma) Mulheres: cuidado com tampões vaginais no período menstrual( risco de choque tóxico) Enterotoxinas termoestáveis: comer alimentos bem cozidos Staphylococcus aureus:

Conjuntivites: A causa da conjuntivite pode ser infecciosa, alérgica ou tóxica: Caracteriza-se por uma hiperemia dos vasos sangüíneos da conjuntiva, prurido, sensação de desconforto e por vezes dorhiperemiapruridodor Os principais sintomas da conjuntivite no início são: Olhos vermelhos e lacrimejantes, devido à dilatação dos vasos sanguíneos locais; Inchaço (edema) do olho ou pálpebra, devido ao acúmulo de líquido no local;pálpebra Incomodo causado pela luz; Depois aparecem os seguintes sintomas: Sensação de areia ou de ciscos nos olhos; Aumento do lacrimejamento com a presença de secreção purulenta; Em alguns casos, febre e dor de garganta. Dor de cabeça Ínguas

Estomatite Otites Abcesso dentário

Dermatites

Foliculite

Foliculites

Furunculoses

Mastites

Adenite - axilar Balanites

S epidermidis: infecções de próteses ortopédicas e cardíacas, peritonites: pacientes em diálise peritoneal. Povoam a pele dos humanos Alto índice de septicemia em pacientes hospitalizados. S saprophyticus: bactéria da lua de mel Infecções urinárias

Família: streptococacea Anaeróbios facultativos Morfologia: cocos Gram- positivos, dispostos em cadeia, são imóveis e não esporulam algumas espécies tem cápsulas, e outras não; Streptococcus pyogenes - grupo A: 95% sensíveis à bacitracina. Importância clínica: celulite, erisipela,infecções de feridas, febre puerperal, amigdalite ou faringite, septicemia, abcessos, meningite, glomérulonefrite aguda, febre reumática etc... Diagnóstico: clínico-laboratorial: cultura e processos de identificação bacteriana, testes imunológicos Tratamento: antibióticiterapia( antibiograma), penicilina G é a droga mais usada. Habitat: pele humana Streptococos agalactie – Grupo B 95% resistentes à bacitracina Infecções neonatais precoces, pneumonias, meningites também em crianças e RNs Infecções genitais em adultos 2. Streptococcus

S viridans: flora normal da orofaringe porém podem causar endocardite quando conseguem cair na circulação e vencer nossas defesas ( lesões dentárias) Streptococcus bovis - Grupo D : doenças mais frequentes causados por eles são as infecções urinárias. Streptococcus pneumoniae Capsulado, diplococos lanceolados Importância clínica: sinusite, otite, pneumonia, meningite.

Streptococcus pyogenes Amigdalite Faringite Glomérulonefrite

Streptococos agalactie meningites Pneumonias

S viridans Endocardite Lesões dentárias

Pneumonias Streptococcus pneumoniae

3. Neisseria Cocos Gram- negativos Espécies mais importantes: N. gonorrhoeae, N meningitidis Uretrite gonocócica: corrimento purulento típico Homem forma mais típica- aguda, nas mulhes a sintomatologia é mais rara, coloniza o útero- mulher é a grande responsável pela disseminação da doença; Retite e faringite por Neisseria: comum em homosexuais

Neisseria Gonorrhoeae - Gonorréia A gonorreia ou blenorragia é uma doença sexualmente transmissível (DST), causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, ou gonococo.doença sexualmente transmissívelbactéria Neisseria gonorrhoeae O gonococo infecta principalmente as células cilíndricas da uretra, poupando geralmente a vagina e útero, cujos epitélios são de células escamosas. uretravaginaútero

Neisseria meningitidis A Neisseria meningitidis é uma bactéria do tipo CGN (Cocos gram-negativos) que se agrupam aos pares, formando os diplococos. São de grande importância clínica pois são os agentes etiológicos causadores da meningite meningocócica. A Neisseria meningitidis inicia o seu processo infeccioso através da colonização da nasofaringe, onde pode ser assintomática. O meningococo adere a receptores específicos nas células não-ciliadas da nasofaringe e internalizam-se em vacúolos fagocíticos. Por serem bactérias encapsuladas, são mais resistentes ao processo de fagocitose. Da nasofaringe, o meningococo pode passar para a circulação, podendo ocorrer meningococcemia, meningite e algumas outras infecções. Nas meningococcemias ocorrem lesões vasculares devido à presença de endotoxinas bacterianas. O meningococo é encontrado na nasofaringe e é transmitido por meio de gotículas provenientes das vias respiratórias. O tratamento da meningite meningocócica é feito pelo uso da penicilina. Existem dois tipos de vacinas contra o meningococo: Vacinas polissacaridícas, mais antigas, eficazes apenas a partir dos 2 anos de idade, não induzindo memória imunológica prolongada. Vacinas conjugadas, desde 2001, com eficácia a partir dos 2 meses de idade, induzindo memória imunológica prolongada. A vacina conjuga um polissacárido da cápsula da bactéria N. meningitidis com uma proteina da bactéria da difteria ou com o toxóide do tétano.

4. Haemophilus Bactérias com afinidade por sangue; Bastonetes Gram- negativos pleomórficos Meio de cultura: ágar chocolate Fatores de virulência: cápsula, protease IgA, LOS(lipooligosacarideos) etc.. Várias espécies: H influenzae, H ducrey Importância Clínica: meningite, otite, sinusite, faringite,conjuntivite, infecções puerperais, pneumonia etc ( H influenzae) Profilaxia: vacinação H ducreyi: cancro mole

O cancro mole, úlcera mole venérea ou cancroide é uma doença sexualmente transmissível (DST), causada pela bactéria Haemophilus ducreyi. O cancro mole não é uma neoplasia, ou seja, não é cancro/câncer, mas sim uma doença infecciosa.doença sexualmente transmissívelbactériaHaemophilus ducreyineoplasiacancro Após a relação sexual que transmite a doença, demora entre um dia e duas semanas até aparecer o cancro mole, normalmente na glande do pênis, escroto ou lados do pénis no homem, ou nos lábios maiores ou menores da vulva na mulher. No homem costumam ser apenas 1 ou 2 dias, mas na mulher podem ser até quatro dias, mas com menos sintomas.glandepênisescrotovulva O cancro mole é uma úlcera dolorosa, com cerca de 3-50 milímetros, que sangra facilmente, ocorrendo na região genital. Os seus bordos são irregulares mas bem definidos contra a pele normal. A base apresenta um material amarelado- esverdeado purulento.úlceradolorosapele Os gânglios linfáticos regionais (inguinais) ficam, em um terço dos casos, inchados e facilmente palpáveis. Nos estágios avançados não tratados podem irromper na pele drenando pus.gânglios linfáticospus

5. Corynebacterium Bastonetes Gram-positivos, sem cápsulas, imóveis, não esporulam,catalase +, arrumam-se de modo que lembram letras chinesas; Difteria: faringite causada pela C. diphteriae, de modo que forma uma zona necrótica, caracterizada pelo aparecimento de uma membrana acinzentada, que quando rompida faz sangrar bastante. C. diphteriae: produz uma toxina potente Complicações diversas: cardiopatia,asfixia, hipertermia, choque, morte. Meio de cultura: ACT: ágar chocolate telurito de potássio; Profilaxia: vacinação ( toxóide)

A difteria ou crupe é uma doença infectocontagiosa causada pela toxina do bacilo Corynebacterium diphteriae, que provoca inflamação da mucosa da garganta, do nariz e, às vezes, da traquéia e dos brônquios.bacilo Corynebacterium O período de incubação é de 3 a 5 dias. A Corynebacterium diphteriae coloniza inicialmente as amígdalas(tônsilas) e a faringe, onde se multiplica desenvolvendo-se uma pseudomembrana de pus visível no fundo da boca dos indivíduos afetados. Também pode infectar o nariz, e a conjuntiva, assim como raramente, feridas noutras localizações. É uma possibilidade preocupante que a pseudomembrana, devido suas exotoxinas e endotoxinas, provoca uma inflamação localizada desenvolvendo um edema maciço da mucosa e provocando obstrução, fato denominado pescoço de touro,o que impede o lúmen do tubo respiratório, levando à asfixia, o que não é raro em crianças pequenas. amígdalastônsilasfaringe pus A faringite produz sintomas como dor de garganta, febre baixa, tosse, fadiga, dificuldade em deglutir e náuseas. As crianças podem ter febres altas. Os ganglios linfáticos regionais (no pescoço) ficam muito inchados.dorfebreganglios linfáticos Modo de transmissão: Contato direto da pessoa doente ou do portador com pessoa suscetível (gotículas de secreção eliminadas por tosse, espirro ou ao falar). A transmissão por objetos recém contaminados com secreções do doente Tratamento: Vacina. As mais comumente utilizadas, geralmente combinadas ao toxóide tetânico, são: Em crianças. DTP e DTPa (proteção contra difteria, tétano e coqueluche). DT (proteção contra difteria e tétano)tétano Em adultos. dT (proteção contra difteria e tétano).tétano

6. Mycobacterium M. Tuberculosis ("bacilo de Koch"). Bacilo fino não se cora pelo Gram, mas sim pelo Ziehl-Neelsen, imóveis,aeróbicos, exigentes quanto ao meio de cultura, resistentes a ácidos, bases, desinfetantes etc célula demora cerca de h para se dividir Trasmissão pessoa-pessoa: gotícula de Flugge (Gotículas de Flügge são partículas líquidas que transportam agentes infecciosos, foram descritas pelo bacterologista alemão Carl Flügge ( )). Tuberculose: cutânea, pulmonar,urinária, outros órgãos Necrose caseosa Tratamento longo: medicamentos(antibioticoterapia), boa alimentação e outros fatores Profilaxia: BCG (BCG - Bacilo de Calmette-Guérin) sua aplicação é feita por via intradérmica no primeiro mês de vida. Diagnóstico clínico-laboratorial: culturas, baciloscopias, PPD - derivado de proteína purificada (ou PPD). Um paciente que foi exposto à bactéria deve apresentar uma resposta imunológica na pele - Teste intradérmico de tuberculina Lembrar que exames sorológicos podem indicar vacinação; Após aplicação intradérmica da vacina é esperado o aparecimento de uma pápula ("pequeno caroço") avermelhada no local da aplicação em 2 a 6 semanas. Esta pápula pode atingir até 3 mm ao final da sexta semana e, a partir daí, regredir até desaparecer, deixando uma pequena cicatriz. A tuberculose, uma doença de evolução geralmente lenta (crônica),

Pulmão com tuberculose - necrose caseosa

M. leprae: lepra/Hanseníase Enterobactérias Bastonetes Gram-negativos,não formam esporos, móveis ou imóveis, catalase +, oxidase -, fermentam glicose produzindo ou não gás, reduzem nitrato a nitrito Meios de cultura utilizados: EMB, Mac Conkey Gastroenterites, infecções urinárias e outros Coprocultura, urocultura, hemocultura etc. Tratamento: antibióticos( antibiograma)

HANSENÍASE (lepra (pejorativo), morfeia, mal de Hansen, mal de Lázaro), é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae que afeta os nervos e a pele e que provoca danos severos. O nome hanseníase é devido ao descobridor do microrganismo causador da doença Gerhard Hansen. É chamada de "a doença mais antiga do mundo", afetando a humanidade há pelo menos 4000 anos. A contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva, mas é muito pouco provável a cada contato. A incubação, excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se desenvolve mais comumente em indivíduos adultos, apesar de que crianças também podem ser contaminadas (a alta prevalência de Hansen em crianças é indicativo de um alto índice da doença em uma região). O tempo de incubação após a infecção é longo, de 2 a 20 anos. Indivíduos após 15 dias de tratamento ou já curados não transmitem mais a Hansen. A forma inicial da doença, e consiste na maioria dos casos em manchas de coloração mais clara que a pele ao redor, podendo ser discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade à temperatura, e, eventualmente, diminuição da sudorese sobre a mancha (anidrose). A partir do estado inicial, a lepra pode então permanecer estável (o que acontece na maior parte dos casos) ou pode evoluir para Hansen tuberculóide ou lepromatosa, dependendo da predisposição genética particular de cada paciente.

Hanseniase tuberculóide Esta forma de lepra ocorre em pacientes que têm boa resposta imunitária ao bacilo de Hansen. O sistema imune consegue conter a disseminação do bacilo através da formação de agrupamentos de macrófagos, agrupamentos estes denominados "granulomas. Neste tipo de Hansen, as manchas são bem delimitadas e assimétricas, e geralmente são encontradas apenas poucas lesões no corpo. É a segunda fase da doença e afeta a quem tem mais resistência ao bacilo.

Hanseniase lepromatosa (ou lepra virchowiana) É a forma mais insidiosa e lenta da doença, e ocorre nos casos em que os pacientes têm pouca defesa imunitária contra o bacilo. As lesões cutâneas são lepromas ou hansenomas (nódulos infiltrados), numerosas, afetando todo o corpo, particularmente o rosto, com o nariz apresentando coriza e congestão nasal.

7. Vibrio cholerae (vibrião colérico) Vibriões, gram- negativos, curvos, móveis: flagelo polar simples Habitat: água salgada ou salobra Contágio: água contaminada, peixes e frutos do mar. Contaminação de feridas é pouco freqüente Produz toxina que invade trato gastrintestinal, causa diarréia profusa e grave: indivíduo chega a perder muita água em poucas horas e além disso muitos eletrólitos. Distribuição do cólera no mundo

COLERA: A incubação é de cerca de cinco dias. Após esse período começa abruptamente a diarréia aquosa e serosa. As perdas de água podem atingir os 20 litros por dia, com desidratação intensa e risco de morte, particularmente em crianças. Todos os sintomas resultam da perda de água e eletrólitos: Diarréia volumosa e aquosa,tipo água de arroz, sempre sem sangue ou muco. Dores abdominais tipo cólica. Náuseas e vômitos. Hipotensão com risco de choque hipovolémico (perda de volume sanguineo) fatal, é a principal causa de morte na cólera. Taquicardia: aceleração do coração para responder às necessidades dos tecidos, com menos volume sangüíneo. Anúria: diminuição da micção, devido à perda de líquido. Hipotermia: a água é um bom isolante térmico e a sua perda leva a maiores flutuações perigosas da temperatura corporal. O tratamento imediato é o soro fisiológico para repor a água e os sais minerais. / antibiótico. Medicamentos antidiarreicos não são indicados, já que facilitam a multiplicação da bactéria por diminuírem o peristaltismo intestinal.

8. Pseudomonas Bastonetes Gram- negativos, aeróbios, não esporulam, não fermentam glicose Várias espécies: P. aeruginosa ( destaque) Infecções de feridas, queimaduras, ceratites, otites ( comuns em nadadores), septicemias, meningites; Importante no âmbito hospitalar ( fenômenos de multiresistência)

9. Treponema Espiroqueta, causa a sífilis ou Lues: doença sexualmente transmissível- T. pallidum Sífilis é uma doença infecciosa – DST, causada por uma espiroqueta chamada Treponema pallidum que evolui lentamente em três estágios, caracterizada por lesões da pele e mucosas. Pode ser transmitida por contato sexual e mais raramente por contaminação feto-placentária. O Treponema pallidum é uma bactéria com forma de espiral (em média dá 10 a 126 voltas). A sífilis também é conhecida como lues (palavra latina que significa praga), cancro duro, avariose, doença-do-mundo, mal-de-franga, mal-de-nápoles, mal-de-santa-eufêmia e pudendagra, entre outros. A sífilis é tratável e a penicilina G é a primeira escolha de antibiótico, é importante iniciar o tratamento o mais cedo possível, porque com a progressão para a sífilis terciária, os danos causados poderão ser irreversíveis, nomeadamente no cérebro. Indivíduos que têm reações alérgicas à penicilina (i.e., anafilaxia) podem ser tratados efetivamente com tetraciclinas por via oral.

Trasmissão: sexual, congênita/ Menos comum: transfusão, inoculação acidental; Período de incubação: 20 –90 dias Diagnóstico: imunológico Sífilis primária:cancro duro; Secundária: infecção nos órgãos e lesões cutâneas; Sífilis terciária: 4 anos ou mais: lesões diversas e pode levar ao óbito; Todas as fases: contagiosas

Sífilis primária A sífilis primária ( cancro sifilítico ) manifesta-se após um período de incubação variável de 10 a 90 dias, com uma média de 21 dias após o contato. Até este período inicial o indivíduo permanece assintomático, quando aparece o chamado "cancro duro. O cancro é uma pequena ferida ou ulceração firme e dura que ocorre no ponto exposto inicialmente ao treponema, geralmente o pênis, a vagina, o reto ou a boca. O diagnóstico no homem é muito mais fácil, pois a lesão no pênis chama a atenção, enquanto que a lesão na vagina pode ser interna e somente vista através de exame com um espéculo ginecológico. Pode ocorrer linfonodomegalia satélite não dolorosa. Esta lesão permanece por 4 a 6 semanas, desaparecendo espontaneamente. Nesta fase a pessoa infectada pode pensar erroneamente que está curada. Ocorre disseminação hematogênica.

Sífilis secundária A sífilis secundária é a seqüência lógica da sífilis primária não tratada e é caracterizada por uma erupção cutânea que aparece de 1 a 6 meses (geralmente 6 a 8 semanas) após a lesão primária ter desaparecido. Esta erupção é vermelha rosácea e aparece simetricamente no tronco e membros, e, ao contrário de outras doenças que causam erupções, como o sarampo, a rubéola e a catapora, as lesões atingem também as palmas das mãos e as solas dos pés. Em áreas úmidas do corpo se forma uma erupção cutânea larga e plana chamada de condiloma lata. Manchas tipo placas também podem aparecer nas mucosas genitais ou orais. O paciente é muito contagioso nesta fase. Os sintomas gerais da sífilis secundária mais relatados são mal-estar (23%-46%), cefaléia (9%-46%), febre (5%-39%), prurido (42%) e hiporexia (25%). Outros, menos comuns, são dor nos olhos, dor óssea, artralgia, meningismo(tríade de rigidez na nuca, fotofobia (intolerância ao brilho da luz) e dor de cabeça), irite e rouquidão.

Sífilis terciária A sífilis terciária acontece já um ano depois da infecção inicial mas pode levar dez anos para se manifestar, e já foram informados casos onde esta fase aconteceu cinqüenta anos depois de infecção inicial. Esta fase é caracterizada por formação de gomas sifilíticas, tumorações amolecidas vistas na pele e nas membranas mucosas, mas que podem acontecer em quase qualquer parte do corpo, inclusive no esqueleto. Outras características da sífilis não tratada incluem as juntas de Charcot (deformidade articular), e as juntas de Clutton (efusões bilaterais do joelho). As manifestações mais graves incluem neurossífilis e a sífilis cardiovascular. Complicações neurológicas nesta fase incluem a "paralisia geral progressiva" que resulta em mudanças de personalidade, mudanças emocionais, hiperreflexia e pupilas de Argyll Robertson, um sinal diagnóstico no qual as pupilas contraem-se pouco e irregularmente quando os olhos são focalizados em algum objeto, mas não respondem à luz; e também a Tabes dorsalis, uma desordem da medula espinhal que resulta em um modo de andar característico. Complicações cardiovasculares incluem aortite, aneurisma de aorta e regurgitação aórtica, uma causa freqüente de morte. A aortite sifilítica pode causar o sinal de Musset (um subir e descer da cabeça, acompanhando os batimentos cardíacos, percebido por Musset primeiramente em prostitutas parisienses).

Sífilis congênita Sífilis congênita é a sífilis adquirida no útero e presente ao nascimento. Acontece quando uma criança nasce de uma mãe com sífilis primária ou secundária. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, 40% dos nascimentos de mães sifilíticas são natimortos, 40 a 70% dos sobreviventes estão infectados e 12% destes morrerão nos primeiros anos de vida. Manifestações de sífilis congênita incluem: nariz em sela; maxilares subdesenvolvidos; hepatomegalia (aumento do fígado); esplenomegalia (aumento do baço); anemia; linfonodomegalia; icterícia; pseudoparalisia; e snuffles, nome dado à rinite que aparece nesta situação. Os "Rhagades" são feridas lineares nos cantos da boca e nariz que resultam de infecção bacteriana de lesões cutâneas. A morte por sífilis congênita normalmente é por hemorragia pulmonar. Sífilis decapitada sífilis adquirida por transfusão sanguínea, já que não apresenta a primeira fase e começa direto na sífilis secundária. Este tipo de transmissão atualmente é quase impossível, já que todo sangue é testado antes de ser disponibilizado aos bancos de sangue. Em termos teóricos é possível admitir que a sífilis decapitada também possa ser contraída por usuários de drogas injetáveis tal como a AIDS. Alguns estudos associam o uso de drogas injetáveis a uma maior prevalência da sífilis no grupo. Esses estudos, apesar de não comprovarem o contágio por seringas contaminadas, permitem supor que os usuários de drogas injetáves constituem um grupo de risco para a sífilis.

10. Clostridium Clostridium tetani Anaeróbio, causador do tétano Bacilo Gram –positivo, móvel, esporula Forma vegetativa: encontrada em locais com matéria orgânica para fermentar Fatores de virulência: tetanospasmina e tetanolisina Tétano: contrai através de lesões Período de incubação: 7-14 dias porém póde chegar a 24 dias Atua sobre o SNC: espasmos musculares que podem levar a uma paralisia respiratória Tétano neonatal: típico de países subdesenvolvidos Profilaxia: vacina (toxóide) Tétano umbilical e Mal de sete dias (conhecimento popular).

O tétano é uma doença infecciosa grave que frequentemente pode levar à morte. É causada pela neurotoxina tetanospasmina que é produzida pela bactéria anaeróbica Clostridium tetani. O tétano caracteriza-se pelos espasmos musculares e suas complicações. Eles são provocados pelos mais pequenos impulsos, como barulhos e luzes, e continuam durante períodos prolongados. O primeiro sinal de tétano é o trismus, ou seja, contração dos músculos mandibulares, não permitindo a abertura da boca. Isto é seguido pela rigidez do pescoço, costas, risus sardonicus (riso causado pelo espasmo dos músculos em volta da boca), dificuldade de deglutição, rigidez muscular do abdômen. opstotono: é um outro sinal que é uma forma de espasmo tetânico em que se recurvam para trás a cabeça e os calcanhares, arqueando-se para diante o resto do corpo. O paciente permanece lúcido e sem febre. A rigidez e espasmos dos músculos estendem-se de cima para baixo no corpo. Sinais típicos de tétano incluem uma elevação da temperatura corporal de entre 2 a 4 °C, diaforese (suor excessivo), aumento da tensão arterial, taquicardia (batida rápida do coração). Os espasmos duram de 3 a 4 semanas, e recuperação completa pode levar meses. Cerca de 30% dos casos são fatais, por asfixia devido a espasmos contínuos do diafragma.

Clostridium botulinum Os C.botulinum são grandes bacilos Gram-positivos, com cerca de 8 micrómetros por 3, produtores de esporos e toxinas, relacionados com o gênero Bacillus, cujo habitat normal é a água. São móveis, possuindo flagelos. Produzem uma neurotoxina que funciona como uma enzima metaloprotease, destruindo as proteínas envolvidas na exocitose do neurotransmissor acetilcolina na placa nervosa motora. A sua ação resulta da paralisia dos músculos, e se for extensa a paralisia do diafragma pode impedir a respiração normal e levar à morte por asfixia. A toxina botulínica é usada em pequenas doses, como tratamento cosmético temporário, porém seus riscos não devem ser ignorados. A sua intensa capacidade paralítica é desejada por individuos que procuram esconder as suas rugas (as rugas são causadas por contracções musculares) e outras imperfeições faciais É uma doença de baixa ocorrência, mas de alta letalidade. Ocorre no mundo todo, em geral conservas caseiras são os alimentos envolvidos. Pode ocorrer tanto em conservas vegetais quanto de carnes.

11. Salmonella Salmonella enterica. A Salmonelose é uma intoxicação alimentar causada pela bactéria Salmonella enterica. Causa diarréia intensa e outros sintomas abdominais. A febre tifóide é uma doença relacionada, mas causada por subespécies diferentes. A transmissão da Salmonella ao homem pela ingestão de alimentos contaminados com fezes animais como bois, galinhas, ovos e leite. Alimentos vegetais podem também se tornar contaminados. A enterite (inflamação da mucosa intestinal) inicia-se após 6 a 48 horas após a ingestão da comida contaminada. Surgem abruptamente sintomas como vómitos, náuseas violentas, e diarréia profusa sem sangue, assim como febre, dor abdominal forte e dores de cabeça, que persistem durante dois a sete dias. Geralmente não há complicações e a resolução é completa. Uma complicação rara é a septicemia (infecção do sangue), que é uma emergência médica que pode resultar em osteomielite, endocardite e artrite. Nestes casos são usados antibióticos.

Salmonella typhi A febre tifóide é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Salmonella typhi. Trata-se de uma forma de salmonelose restrita aos seres humanos e caracterizada por sintomas sistêmicos proeminentes, sendo endêmica em países subdesenvolvidos. A febre tifóide é uma doença distinta e não relacionada com o Tifo. É transmitida através da ingestão de alimentos ou água contaminada, o mais comum, ou então pelo contato direto com os portadores, através de um beijo por exemplo. Seja qual for a origem a única porta para a sua entrada é a via digestiva. Além da vacinação, para evitar o contágio da febre tifóide é necessário tratar a água e os alimentos, controlar o lixo, observar boas condições de higiene e a boa alimentaçao. Por ser uma doença altamente contagiosa, normalmente isola-se o infectado, isolando assim também a doença em locais de prática clínica e de higiene adequada evitando sua proliferação através da água, um dos mais importantes vetores de contágio em todo mundo.

A sua disseminação é inicialmente pela linfa, e depois sanguínea. Os primeiros sintomas, aumentando ao longo da primeira semana, são febre de cerca 40°C, dores de cabeça, fadiga, bradicardia, e agitação durante o sono. Podem aparecer manchas rosa na pele. Após cerca de 3 semanas, o enfermo pode apresentar falta de apetite (anorexia), hemorragia nasal (epistaxe), diarréia e vómitos, esplenomegália, tosse, delírios e estado de torpor, surgindo depois quadros de septicemia, com possível choque séptico mortal. Se não for tratada, a febre tifóide pode complicar-se em hemorragia ou até perfuração intestinal e inflamação da vesícula biliar. A mortalidade chega a 25% nos casos não tratados, sendo freqüentemente causada pela septicemia e choque (perda catastrófica da tensão arterial com isquémia fatal dos órgãos).

Não confundir Tifo com febre tifóide Não confundir Tifo com febre tifóide : Tifo: doença epidêmica transmitida por piolhos de roedores; O tifo epidêmico - causado pela bactéria Rickettsia prowazekii. Tifo murino ou endêmico - causado pela bactéria Rickettsia typhi Tifo do mato - Orientia tsutsugamushi (antigamente R. tsutsugamushi ).

12. Leptospira Leptospira sp A leptospirose é uma doença infecciosa febril, aguda, potencialmente grave, causada por uma bactéria, a Leptospira interrogans. É uma zoonose (doença de animais) que ocorre no mundo inteiro, exceto nas regiões polares. Acomete roedores e outros mamíferos silvestres e é um problema veterinário relevante, atingindo animais domésticos (cães, gatos) e outros de importância econômica (bois, cavalos, porcos, cabras, ovelhas). Esses animais, mesmo quando vacinados, podem tornar-se portadores assintomáticos e eliminar a L. interrogans junto com a urina. O rato de esgoto (Rattus novergicus) é o principal responsável pela infecção humana, em razão de existir em grande número e da proximidade com seres humanos. A L. interrogans multiplica-se nos rins desses animais sem causar danos, e é eliminada pela urina, às vezes por toda a vida do animal. A L. interrogans eliminada junto com a urina de animais sobrevive no solo úmido ou na água, que tenham pH neutro ou alcalino. Não sobrevive em águas com alto teor salino.

A L. interrogans penetra através da pele de mucosas (olhos, nariz, boca) ou através da ingestão de água e alimentos contaminados. A presença de pequenos ferimentos na pele facilita a penetração, que pode ocorrer também através da pele íntegra, quando a exposição é prolongada. Os seres humanos são infectados casual e transitoriamente, e não tem importância como transmissor da doença. A transmissão de uma pessoa para outra é muito pouco provável. As manifestações da leptospirose, quando ocorrem, em geral aparecem entre 2 e 30 dias após a infecção (período de incubação médio de dez dias). As manifestações iniciais são febre alta de início súbito, sensação de mal estar, dor de cabeça constante e acentuada, dor muscular intensa, cansaço e calafrios. Dor abdominal, náuseas, vômitos e diarréia são freqüentes, podendo levar à desidratação. É comum que os olhos fiquem acentuadamente avermelhados (hiperemia conjuntival) e alguns doentes podem apresentar tosse e faringite. Após dois ou três dias de aparente melhora, os sintomas podem ressurgir, ainda que menos intensamente. Nesta fase é comum o aparecimento manchas avermelhadas no corpo (exantema) e pode ocorrer meningite, que em geral tem boa evolução. A maioria das pessoas melhora em quatro a sete dias.

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